Antonio Juraci Siqueira
Antonio Juraci Siqueira | |
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Nascimento | 28 de outubro de 1948 Afuá |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | poeta |
Antônio Juraci Almeida Siqueira, conhecido como Antônio Juraci Siqueira (Afuá, Pará, 28 de outubro de 1948)[1][2] é um escritor e poeta brasileiro. Escreveu diversas obras literárias, entre elas merecem destaque, O Chapéu do Boto (2003), Paca, Tatu; Cutia não! (2008), e Aumentei, Mas Não Menti (2016).[1][3] Seus poemas, contos e trovas são principalmente inspirados no folclore, nas crenças e saberes populares e pela natureza amazônica.[4] Popularmente ele é conhecido como "o boto" ou o poeta "filho do boto".[1][2]
Antônio Juraci Siqueira é formado em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Pará (1983).[4] Também atua como instrutor de oficinas literárias, artista performista, contador de histórias, e leciona filosofia na rede pública de educação paraense.[5][3]
Biografia e Carreira
[editar | editar código-fonte]Antonio Juraci Siqueira é marajoara da localidade de Cajary, município de Afuá.[2] Ainda jovem teve contato com os panfletos de literatura de cordel, e assim, acabou descobrindo seu gosto pela escrita e pela literatura popular, sobretudo pela poesia. Ao completar 16 anos de idade mudou-se da região do arquipélago da Ilha do Marajó para a cidade de Macapá, no estado do Amapá.[5] Durante esse período até o início da sua vida adulta, concluiu seus estudos do ensino médio, prestou serviço militar, e chegou a se casar. Anos mais tarde em 1978, regressou para o Pará, e foi morar em Belém. Lá, Antônio Juraci Siqueira cursou Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Pará, vindo a ser concluída em 1983.[4][5]
Ainda nos anos 1980, Antônio Juraci Siqueira começou a escrever textos humorísticos para o jornal A Província do Pará, e mais tarde criou as colunas Rima Rica, e depois a página chamada Juraci Park, onde publicou prosas e poesias de cordel por 22 anos.[6] Hoje é especialmente conhecido por escrever e publicar livros que reúnem coleções de poemas, contos e trovas. Durante sua carreira também se destacou como um defensor e multiplicador da arte, atuando como instrutor de oficinas literárias, artista performista, e contador de histórias. Hoje, Antônio Juraci Siqueira também divide sua carreira artística com o trabalho como professor de filosofia na rede pública de educação paraense.[3] Simultaneamente, seu trabalho de ensino inspira a participação das pessoas, especialmente os jovens, em atividades artísticas e culturais na cidade de Belém numa perspectiva que busca a valorização do folclore, das crenças e saberes populares, e da natureza da Amazônia.[4][1] Ocasionalmente continua como colaborador em jornais, revistas e boletins culturais de Belém, e de outras localidades paraenses.[5]
Antônio Juraci Siqueira é considerado um dos poetas mais prolíferos da região Norte do Brasil. Por essa razão, o seu trabalho gera destaque entre as produções literárias paraenses, e da região da Amazônia. Atualmente acumula cerca de 80 títulos individuais publicados de forma independente, ou através de fomentos públicos, ou ainda, por meio de editoras independentes.[1][2] Seus trabalhos variam entre publicações de livros de literatura infantojuvenil, literatura de cordel, livros de poesias, contos, crônicas e textos humorísticos.[3] Todo esse trabalho rendeu-lhe cerca de 200 premiações em concursos literários de diversos gêneros, tanto no âmbito nacional, quanto no estadual.[4][5]
Entre as obras de destaque escritas por Antônio Juraci Siqueira estão, O Chapéu do Boto (2003), o qual resgata lendas da floresta e dos rios amazônicos com a rima da poesia e em um tom de aventura, sendo este o livro que teve o maior número de edições e versões em toda sua carreira até o momento, também teve uma publicação bilíngue franco-brasileira, além de ter sido lançado em formato de revista de quadrinhos através de incentivo de fomento público; já a obra Simplesmente Belém! (2010), trata-se de um conjunto de poemas sobre a cidade de Belém do Pará, e foram escritos entre os anos de 1982 e 2009; e Paca, Tatu, Cutia não! (2008), a qual trata-se de uma obra composta de poemas com títulos de animais encontrados na região amazônica, e que inicialmente foi publicada com 32 páginas pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) do Pará, e posteriormente ganhou uma 2ª edição e nova versão com 72 páginas, e uma tiragem total de mais de 10 mil unidades pela Tempo Editora em 2012[4][3], e em 2021, ganhou uma 3ª edição com a Editora Paka-Tatu, e ilustrações de Maciste Costa.[7]
Patrimônio cultural vivo
[editar | editar código-fonte]Em 2018, o Antônio Juraci Siqueira foi homenageado pelo conjunto da obra, sendo então, agraciado com o título de patrimônio cultural vivo pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Pará.[4][3] Já em 2019, a Câmara Municipal de Belém, também reconheceu o seu trabalho e importância para a cultura paraense, e o concedeu a Medalha de Mérito Cultural e Patrimônio de Belém, bem como conferiu-lhe o título honorário de “Cidadão de Belém”.[4] Em 2022, Antônio Juraci Siqueira foi homenageado durante a I Festa Literária de Belém (Flibe), na Fundação Cultural do Pará (FCP), evento promovido pela administração pública da prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Educação.[2][8]
Antônio Juraci Siqueira é membro de diversas entidades culturais e literárias, entre elas, a União Brasileira de Trovadores, a [9]Malta de Poetas Folhas e Ervas, a Academia Brasileira de Trova, e o Centro Paraense de Estudos do Folclore.[4][5]
Livros publicados
[editar | editar código-fonte]Seleção de obras de autoria de Antônio Juraci Siqueira, incluindo poemas, contos, crônicas e trovas[1][3][4][10][7][11]:
Ano | Título | Editora |
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1987 | Piracema de Sonhos: poesia | Imprensa Oficial do Estado |
1989 | Os Versos Sacânicos | Editora Falangola |
1992 | Brasão de Barro: poemas amazônicos | Editora Vinas |
2007 | O Chapéu do Boto | Edições Papachibé |
2007 | Incêndios e Naufrágios: antologia poética | Editora Paka-Tatu |
2007 | No Além, Todos Não Morrem | Editora Paka-Tatu |
2008 | Canto Caboclo: trilogia amazônica | Editora Paka-Tatu |
2008 | Paca, Tatu, Cutia Não! | Secult; Editora Paka-Tatu; Tempo Editora |
2009 | O Menino que Ouvia Estrelas e se Sonhava Canoeiro | Edições Papachibé |
2010 | Simplesmente Belém! | Edições Papachibé |
2010 | Os Novos Versos Sacânicos | Edições Papachibé |
2010 | Mares: poemas de argila e sol | Edições Papachibé |
2011 | Banquete de Eros | Edições Papachibé |
2011 | Brasão de Barro | Edições Papachibé |
2011 | A Trova, no Brasil, no Pará e no Folclore | Edições Papachibé |
2010 | Acontecências: crônicas da vida simples | Edições Papachibé |
2012 | O Chapéu do Boto e o Bicho Folharal | Editora Paka-Tatu |
2012 | Itaí: a carinha pintada | Editora Paka-Tatu |
2013 | Com Amor e Devoção: poemas sobre o Círio | Tempo Editora |
2013 | Cópula Mística | Edições Papachibé |
2013 | O Brilho da Esmeralda | Edições Papachibé |
2013 | Balaio de Gatos | Edições Papachibé |
2013 | O Bicho Folharal | Editora Paka-Tatu |
2016 | Aumentei, Mas Não Menti | Editora Paulinas |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f «Escritores ajudam a manter histórias do folclore regional vivas». O Liberal. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ a b c d e Belém, Agência. «Tem boto na Flibe: Antonio Juraci é homenageado na I Festa Literária de Belém». Agência Belém de Notícias. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ a b c d e f g «Poeta paraense Juraci Siqueira é patrimônio cultural vivo». O Liberal. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j Carneiro, Fernando (11 de fevereiro de 2019). «Projeto de Decreto Legislativo Nº 005/2019: Concede o Título Honorífico de "Cidadão de Belém" a Antônio Juraci Almeida Siqueira» (PDF). Câmara Municipal de Belém. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ a b c d e f «Cultura Pará - Literatura - Antonio Juraci Siqueira». www.culturapara.art.br. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ «Dia do poeta cordelista é celebrado com poesia». O Liberal. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ a b «Antonio Juraci Siqueira lança 3a edição de 'Paca, Tatu, Cutia Não'». O Liberal. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ «Prefeitura de Belém lança I Festa Literária da Bienal de Artes na sexta-feira, 16». O Liberal. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ Belém, Agência. «Prefeitura garante formação de educadores na I Flibe». Agência Belém de Notícias. Consultado em 3 de maio de 2023
- ↑ Carvalho, Ivone (2015). LITERATURA E EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA: IMAGINÁRIO POÉTICO EM ANTONIO JURACI SIQUEIRA (PDF). Belém: UFPA. pp. 153–154
- ↑ «Antonio Juraci Siqueira - Livros Publicados». www.skoob.com.br. Consultado em 3 de maio de 2023